Psicologia
Terapia Cognitiva Comportamental
Características da Terapia Cognitiva
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Terapia Cognitiva foi desenvolvida por Aaron T. Beck, no início da década de 60, como uma psicoterapia breve, estruturada, orientada ao presente, direcionada a resolver problemas atuais e a modificar os pensamentos e os comportamentos disfuncionais.
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Premissa básica da Terapia Cognitiva: o modo como as pessoas interpretam suas experiências determina o modo como se sentem e se comportam. Entende-se, então, que o pensamento, o humor, o comportamento, as reações físicas e o ambiente estão interligados uns aos outros.
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Características da Psicoterapia Cognitiva: orientada para o presente, tempo limitado, diretiva, colaborativa e educativa.
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É fundamental que exista uma aliança terapêutica e uma avaliação diagnóstica.
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Ao modificar pensamentos disfuncionais, ocorre melhora nos sintomas.
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Modificações mais duradouras implicam em modificar crenças nucleares do individuo a respeito de si mesmo, de seu ambiente e de seu futuro.
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Quando sentimos estados de humor intensos, estamos mais suscetíveis a distorcer informações que contradigam nossos estados de humor e crenças. TODOS NÓS PENSAMOS ASSIM ALGUMAS VEZES!
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É útil aprender a reconhecer quando se está pensando de forma distorcida, pois esta compreensão proporciona um primeiro passo em direção a um modo de pensar e a estados de humor mais balanceados.
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O terapeuta busca, de formas variadas, produzir a mudança cognitiva – mudanças no pensamento e no sistema de crenças do paciente -, visando promover mudança emocional e comportamental duradoura.
TRÊS PROPOSIÇÕES FUNDAMENTAIS
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A atividade cognitiva afeta a emoção e o comportamento.
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A atividade cognitiva pode ser acessada e alterada.
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Mudanças cognitivas podem provocar mudanças nas emoções e comportamentos do indivíduo.
NÍVEIS DE COGNIÇÃO
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Pensamento Automático: fluxo de pensamento coexistindo com pensamentos mais manifestos. Passam geralmente despercebidos, são breves, aceitos geralmente como verdadeiros, sem reflexão ou avaliação. Com treinamento é possível aprender a identificar e checar sua validade e utilidade.
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Crenças Intermediárias: regras e afirmações criadas pelo individuo como tentativa de tornar a vida mais “funcional”, dentro da forma como o individuo vê a si próprio, seu ambiente e seu futuro. São atitudes, regras e suposições criadas para que o individuo consiga se adaptar e sobreviver.
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Crenças centrais: idéias mais centrais da pessoa a respeito de si mesma, das pessoas, do mundo e do futuro.
Exemplo
LISTA DE DISTORÇÕES COGNITIVAS
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Catastrofização: Pensar que o pior de uma situação irá acontecer, sem levar em consideração a possibilidade de outros desfechos. Ex.: “Perder o emprego será o fim da minha carreira”.
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Polarização (pensamento dicotômico, “tudo-ou-nada”): Ver a situação em apenas duas categorias, mutuamente exclusivas, em vez de um continuum. Perceber eventos ou pessoas em termos absolutos. Ex.: “Deu tudo errado na festa”.
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Raciocínio Emocional (emocionalização): Presumir que sentimentos são fatos: “Sinto, logo existe”. Pensar que algo é verdadeiro porque tem um sentimento (na verdade, um pensamento) muito forte a respeito. Deixar os sentimentos guiarem a interpretação da realidade. Ex.: “Eu sinto que meu namorado não gosta mais de mim”.
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Abstração Seletiva (visão em túnel, filtro mental, filtro negativo): Um aspecto de uma situação complexa é o foco da atenção, enquanto outros aspectos relevantes da situação são ignorados. Uma parte negativa (ou mesmo neutra) de toda uma situação é realçada, enquanto todo restante positivo, não é percebido. Ex.: “A avaliação do meu chefe foi ruim”, (focando apenas um comentário negativo e negligenciando todos os comentários positivos).
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Adivinhação (previsão do futuro): Prever o futuro. Antecipar problemas que talvez não venham a existir. Expectativas negativas são estabelecidas como fatos. Ex.: “Não vou gostar da viagem”.
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Leitura mental (telepatia): Presumir, sem evidências, que sabe o que os outros estão pensando desconsiderando outras hipóteses possíveis. Ex.: “Ele não gostou do meu projeto.”
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Rotulação: Colocar um rótulo global, rígido em si mesmo, numa pessoa ou situação, em vez de rotular a situação ou o comportamento específico. Ex.: “Sou incompetente”.
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Desqualificação do Positivo: Experiências positivas e qualidades que são contrárias à visão negativa, são desvalorizadas porque “não contam” ou são triviais. Ex.: “O sucesso obtido naquela prova não importa, ela foi fácil”.
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Minimização e Maximização: Características e experiências positivas em si mesmo, no outro ou nas situações são minimizadas, enquanto o negativo é maximizado. Ex.: “Eu tenho um ótimo emprego, mas todo mundo tem”.
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Personalização: Assumir a culpa ou responsabilidade por acontecimentos negativos, falhando em ver que outras pessoas e fatores também estão envolvidos nos acontecimentos. Ex.: “O chefe estava com a cara amarrada, devo ter feito alguma coisa errada. É minha culpa”.
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Hipergeneralização: Perceber em um evento específico um padrão universal. Uma característica específica numa situação específica é avaliada como acontecendo em todas as situações. Ex.: “Eu
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Imperativos (“deveria” e “tenho que”): Interpretar eventos em termos de como as coisas deveriam ser, em vez de simplesmente considerar como as coisas são. Afirmações absolutistas na tentativa de prover motivação ou modificar um comportamento. Demandas feitas a si mesmo, aos outros e ao mundo para evitar as conseqüências do não cumprimento dessas demandas. Ex.: “Eu tenho que ter controle sobre todas as coisas”.
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Vitimização: Considerar-se injustiçado ou não entendido. A fonte dos sentimentos negativos é algo ou alguém, havendo recusa ou dificuldade de se responsabilizar pelos próprios sentimentos ou comportamentos. Ex.: “Minha esposa não entende meus sentimentos”.
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Pensamento do tipo “E se…?”: Focar o evento naquilo que poderia ter sido e não foi. Culpar-se pelas escolhas do passado e questionar-se por escolhas futuras. Ficar imaginando “e se… isto ou aquilo acontecer…” e não consegue ficar satisfeito com as repostas. Ex.: “Se eu tivesse aceitado o outro emprego, estaria melhor agora”.
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Tendência à Lamentação: Focar a atenção na idéia de que poderia ter feito melhor no passado, e não no que poderia fazer melhor agora. Ex.: “Poderia ter conseguido um trabalho melhor se eu tivesse me esforçado”.
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Comparações Pouco Razoáveis ou Injustas: Interpretar os acontecimentos utilizando padrões pouco realistas, focando a atenção naqueles que se saem melhor do que você e, então, se julga inferior nessa comparação. Ex.: “Ela conseguiu mais sucesso do que eu”.
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Atribuição de Culpa: Focar a atenção nas outras pessoas, como fontes de seus sentimentos negativos, se recusando a assumir responsabilidade sobre suas próprias mudanças. Ex.: “Ela é culpada pelo que estou sentindo agora”.